A ansiedade materna é uma resposta normal ao estresse e às demandas da maternidade, mas em alguns casos pode se tornar tão intensa que interfere na capacidade da mãe de cuidar de si mesma ou do filho e pode interferir muito na amamentação. Quando a ansiedade materna atinge esse ponto, pode ser considerada um transtorno. O transtorno de ansiedade materna é caracterizado por preocupações excessivas, medos e tensão que interferem significativamente nas atividades diárias, prejudicando o relacionamento com o filho e outros membros da família, bem como a sua capacidade de cuidar de si mesma.

Alguns sinais de que a ansiedade materna pode ter se tornado um transtorno incluem:

● Preocupações constantes e incontroláveis em relação ao bem-estar do filho, mesmo quando não há motivos para se preocupar;
● Preocupações excessivas em relação a eventos futuros, como a saúde ou o desenvolvimento do filho;
● Preocupação constante com a sua capacidade de amamentar o bebê;
● Queixas constantes de problemas na amamentação (não confirmados pela avaliação profissional)
● Frustração por não saber exatamente quanto de leite o bebê mamou no peito;
● Sentimentos constantes de medo, apreensão, pânico ou inquietação;
● Dificuldade para dormir, irritabilidade, tensão muscular, sudorese ou outros sintomas físicos relacionados à ansiedade;
● Fugir ação de situações que possam aumentar a ansiedade, como deixar o filho com outra pessoa ou ir a lugares lotados;
● Sentimentos de culpa ou inadequação como mãe;

Se uma mulher está experimentando esses sintomas e acredita que está interferindo em sua capacidade de cuidar de si mesma ou de seu filho, é importante que seja encaminhada a um profissional de saúde mental. O tratamento adequado, como a terapia e, em alguns casos, a medicação, pode ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mãe e a relação com o filho.
O profissional de saúde mental, como um psicólogo, psiquiatra ou terapeuta, pode ajudar a mulher com ansiedade materna de várias maneiras, incluindo:

Avaliação e diagnóstico: O profissional de saúde mental pode avaliar e diagnosticar o transtorno de ansiedade materna e fornecer informações sobre os sintomas e o tratamento. Isso pode ajudar a mulher a entender melhor seus sintomas e a desenvolver um plano de tratamento personalizado.

Terapia: A terapia é frequentemente usada para tratar a ansiedade materna. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das terapias mais eficazes para o tratamento de transtornos de ansiedade. A TCC pode ajudar a mulher a identificar pensamentos negativos e distorcidos que contribuem para a ansiedade, bem como aprender habilidades positivas de enfrentamento para lidar com a ansiedade de forma mais eficaz.

Medicação: Em alguns casos, a medicação pode ser usada para tratar a ansiedade
materna. O profissional de saúde mental pode prescrever medicamentos ansiolíticos para reduzir os sintomas de ansiedade. É importante que os medicamentos prescritos sejam compatíveis com a amamentação, precisam ser usados apenas sob a supervisão de um médico e não devem ser a única forma de tratamento.

Suporte emocional: O profissional de saúde mental pode fornecer suporte emocional à mulher com ansiedade materna, ajudando-a a lidar com a angústia emocional que ela está sentindo. O profissional pode fornecer um ambiente de apoio e ajudar a mulher a lidar com o estresse e as preocupações relacionadas à maternidade.

Estratégias de autocuidado: O profissional de saúde mental pode ajudar a mulher a desenvolver estratégias de autocuidado que possam ajudar a reduzir a ansiedade. Isso pode incluir práticas como exercícios de relaxamento, meditação, exercício físico, boa alimentação e dormir adequadamente.

Encaminhamento a outros profissionais: Se necessário, o profissional de saúde mental pode encaminhar a mulher a outros profissionais de saúde para ajudar no tratamento de outras condições que possam estar contribuindo para sua ansiedade, como problemas hormonais ou de sono.

Em resumo, um profissional de saúde mental pode ajudar a mulher com ansiedade materna de várias maneiras, desde o diagnóstico e tratamento até o suporte emocional e a orientação para o autocuidado. Buscar ajuda o mais cedo possível faz diferença para o tratamento e a qualidade de vida da mãe e do bebê.

Importante: A assistência à mulher com ansiedade materna puerperal deve ser realizada por profissionais familiarizados com essa fase, deve considerar o estado natural da mulher no puerpério e a influência positiva dos hormônios da amamentação, prolactina e ocitocina na recuperação dos transtornos psiquiátricos.

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Criado por:

Honorina de Almeida - Dr Nina

Pediatra, Doutora em Desenvolvimento Infantil
Especialista em Aleitamento Materno/IBCLC
Sócia Fundadora da Casa Curumim e Fundadora do Instituto Ery