A grande maioria dos medicamentos são compatíveis com a amamentação e podem ser usados pela mãe, no entanto, a escolha do medicamento certo é essencial para minimizar a transferência de substâncias para o leite materno. Aqui estão algumas estratégias fundamentais para profissionais de saúde na seleção de medicamentos compatíveis com o aleitamento materno:
- Escolha de Medicamentos com Alta Ligação Proteica: Medicamentos que se ligam fortemente às proteínas plasmáticas têm menor chance de passar para o leite materno. Essa ligação limita a quantidade de medicamento livre disponível para transferência, protegendo o bebê de possíveis efeitos adversos.
- Preferência por Medicamentos com Baixa Penetração no Sistema Nervoso Central (SNC): Medicamentos que têm dificuldade em atravessar a barreira hematoencefálica tendem a ter também baixa transferência para o leite materno. Essa característica reduz a exposição do bebê a substâncias que poderiam afetar seu desenvolvimento neurológico.
- Seleção de Medicamentos com Alto Peso Molecular: Substâncias com moléculas de grande tamanho têm mais dificuldade em passar para o leite através das células epiteliais mamárias. Optar por medicamentos com alto peso molecular pode ser uma estratégia eficaz para limitar a transferência.
- Optar por Medicamentos com Baixa Biodisponibilidade e/ou Absorção Sistêmica: Medicamentos pouco absorvidos no trato gastrointestinal da mãe ou que têm uma alta taxa de metabolização antes de alcançar a circulação sistêmica apresentam menor risco de passar para o leite materno.
- Escolher Medicamentos com uma Dose Infantil Relativa Baixa (<10%): A quantidade de medicamento que o bebê recebe através do leite materno é uma fração da dose materna. Medicamentos com uma dose infantil relativa menor que 10% são considerados mais seguros durante a lactação, minimizando os riscos para o lactente.
- Preferência por Medicamentos com Meia-Vida Curta: Medicamentos que são rapidamente eliminados do corpo da mãe têm menos tempo para passar para o leite materno. Escolher medicamentos com uma meia-vida curta pode ajudar a limitar a exposição do bebê.
Ao considerar essas estratégias, os profissionais de saúde podem auxiliar as mães lactantes na escolha de medicamentos que maximizam a segurança para o bebê, sem comprometer o tratamento necessário. A comunicação clara e o suporte contínuo são fundamentais para garantir que mães se sintam confiantes e seguras durante esse período tão importante.