Introdução

A jornada de amamentação, embora muitas vezes romantizada, traz consigo um conjunto de desafios para as mães em diversos aspectos. Seja na mudança  corporal ou no reposicionamento psicoemocional e social, a mulher, agora mãe, precisa reencontrar seu lugar.  Nesse contexto, a amamentação, considerada a alimentação ideal para o bebê, pode se tornar uma fonte de pressão e ansiedade para muitas mulheres. Neste artigo convidamos a uma reflexão sobre esse tema oferecendo uma visão realista, mas empática do que significa amamentar.

Dificuldades Físicas e no manejo da amamentação

O início da amamentação, mesmo quando bem conduzido, pode ser uma fase com desconforto e dificuldades do manejo. Nos primeiros dias, a presença da dor, fissuras mamilares e ingurgitamento mamário podem comprometer a instalação adequada do aleitamento materno e a continuidade da amamentação. A situação mais comum  nessa fase é ajustar a pega do bebê no peito da mãe, pois a pega incorreta, muitas vezes é a responsável por diversas dessas dificuldades. Nessa fase o profissional deve oferecer suporte para facilitar esse ajuste para a mãe e bebê.

Pressões Emocionais e Psicológicas

Mães lactantes frequentemente enfrentam pressões emocionais, que podem levar a sentimentos de inadequação, culpa e ansiedade em relação à sua capacidade de amamentar com sucesso. A crença equivocada de que amamentar é um ato instintivo e fácil e que “é só a mãe querer que ela consegue”  pode causar frustração e sentimentos de falha quando os desafios surgem.

Impactos na Saúde Mental

A preocupação constante com a produção de leite e a exaustão proveniente das demandas constantes de alimentação podem afetar significativamente a saúde mental das mães. A ajuda prática com o bebê e nos afazeres diários são muito importantes para que ela possa descansar. No entanto, o apoio emocional, a compreensão de familiares e profissionais da saúde exercem um papel fundamental no seu fortalecimento emocional para navegar por esses obstáculos.

Inseguranças e Julgamento Social

A sociedade carrega expectativas muitas vezes paradoxais sobre a amamentação: enquanto ela é encorajada como a melhor opção de alimentação, mães também enfrentam escrutínio e julgamento ao amamentar em espaços públicos ou por se mostrarem inseguras ou cansadas com essa tarefa. As mães devem ser acolhidas, cuidadas e valorizadas em todo o período da amamentação.  Assim ela se fortalece e pode decidir o melhor para seu bebê.

Equilíbrio entre Vida Pessoal e Profissional

O retorno ao trabalho é um dos maiores obstáculos à amamentação. As leis que  protegem a mulher nesse período devem ser complementadas por ações facilitadoras nos locais de trabalho, como valorização da amamentação pelos colegas, horários flexíveis e salas de amamentação  podem impactar positivamente na decisão das mães  em continuar o aleitamento materno.

Navegando por Conselhos e Informações Contraditórias

O excesso de informações e a variedade de conselhos dados às mães também podem ser uma fonte de confusão e ansiedade. Discutir como filtrar conselhos, escolher fontes confiáveis e confiar em suas próprias intuições é vital.

Conclusão

Enquanto a amamentação oferece um imenso benefício para mãe e para o bebê, é imperativo que as lutas e desafios enfrentados pelas mães sejam validados e discutidos abertamente. Uma sociedade que verdadeiramente apoia a amamentação é aquela que provê recursos, suporte e respeito às mães, e dando  apoio nas suas decisões.

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Editorial Instituto Ery