Hoje, vamos falar sobre um aspecto fundamental para uma produção adequada de leite materno: o equilíbrio hormonal e a interação dos hormônios com seus receptores. Compreender essa dinâmica é essencial para apoiar as mães na amamentação. Vamos lá!
Durante a lactação, ocorrem diversas mudanças hormonais no corpo da mãe. Dois hormônios desempenham um papel central nesse processo: a prolactina e a ocitocina.
A prolactina é responsável por estimular a produção de leite nas células alveolares da glândula mamária. Ela é secretada pela glândula hipófise, que está situada no cérebro, em resposta à sucção do bebê, e seu nível adequado é crucial para a oferta de leite materno.
A ocitocina, por sua vez, é conhecida como o hormônio do amor e é responsável pela ejeção do leite. Ela é liberada em resposta à estimulação dos mamilos e promove a contração das células mioepiteliais ao redor dos alvéolos possibilitando a liberação do leite.
Para que a produção de leite seja eficiente, é fundamental que esses hormônios estejam em equilíbrio e interajam de maneira adequada com seus receptores. Isso significa que os receptores de prolactina e ocitocina devem responder adequadamente aos hormônios, garantindo uma produção e liberação de leite suficientes.
Quando esse equilíbrio hormonal é comprometido, pode ocorrer uma diminuição na produção ou dificuldades na ejeção do leite. Alguns fatores podem interferir nesse processo como estresse, cansaço, problemas de saúde, uso de medicamentos específicos e outros desequilíbrios hormonais.
No entanto, os maiores fatores que interferem na produção desses hormônios são as práticas que diminuem o tempo de sucção do bebê no peito. Mamadas reguladas por horário, uso de chupeta ou de mamadeira geralmente são os responsáveis por esse desequilíbrio.
Como profissionais de saúde, é importante estar atento a esses aspectos e oferecer suporte adequado às mães. Reforce a importância da amamentação sob livre demanda e da não utilização de práticas que reduzem a sucção do bebê no peito. Encoraje um ambiente tranquilo e acolhedor para a amamentação, forneça informações sobre técnicas de relaxamento, estimule o autocuidado e, se necessário, encaminhe para uma avaliação médica mais aprofundada.
Ao compreender a importância do equilíbrio hormonal e da interação dos hormônios com seus receptores na produção de leite materno, podemos auxiliar as mães a enfrentar possíveis desafios e promover uma experiência de amamentação positiva e gratificante.
Posts Relacionados
Anquiloglossia: como o Protocolo Bristol ajuda com a língua presa
Atualizado em 14/10/2024 Por Tiemi Yoshida Pediatra, especialista em Neonatologia e Amamentação/IBCLC O que é Anquiloglossia? Popularmente conhecida como “língua presa” ou “freio curto” ou
Amamentação e Desenvolvimento Infantil: Tudo o que Famílias e Profissionais de Saúde Precisam Saber
A amamentação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil, tanto físico quanto emocional. Nas primeiras fases da vida, o leite materno é o alimento ideal,
Bebê Prematuro: Da Sonda ao Peito – Um Guia Completo para Famílias e Profissionais de Saúde
O nascimento de um bebê prematuro traz desafios únicos, especialmente no que diz respeito à amamentação. Como o sistema digestivo e o desenvolvimento neuromuscular desses