Na gestação e após o parto a mulher passa por muitas mudanças. Dessa maneira é de se esperar que nesse processo biológico e mental de gerar, parir e cuidar de um bebê a mulher passe por momentos de adaptação física, endócrina, comportamental e emocional.
Após o nascimento existe um momento inicial de euforia, e após 2-5 dias, coincidindo com a descida do leite a mulher pode apresentar o que chamamos de blues puerperal, melancolia ou tristeza materna. Nesses estado, é normal que as emoções fiquem a flor da pele, pode se mostrar mais irritada, chorar com mais facilidade, apresentar mudanças bruscas de humor, ficar ansiosa, insegura em relação aos cuidados com o bebê, dificuldade para dormir. Enfim , um turbilhão de emoções. Mas mesmo apresentando todos esses sinais, a mulher mostra uma vontade e prazer em cuidar do bebê. Após cerca de 2 semanas, a mãe fica mais estável emocionalmente e o quadro melhora sem nenhum tratamento especifico. Importante dizer que o apoio e ajuda prática no dia a dia do companheiro ou companheira, da família ampliada, avós, tios e tias, amigos é fundamental para que ela se recupere.
Outro quadro que a mulher pode apresentar é o de depressão pós parto. O risco aumenta quando existe um histórico anterior de depressão, ansiedade ou de doença psiquiátrica. Seria importante que no acompanhamento gestacional essas questões fossem colocadas e cuidadas,
Os sintomas se parecem e se confundem com o Blues, no entanto, a irritação, as mudanças de humor, a ansiedade, a insônia, a insegurança são muito mais intensas. Além disso, a mãe pode ter sentimento de inadequação e de rejeição para com o bebê, pode apresentar pensamentos suicidas e de automutilação. Mas um sinal é muito importante: a mãe não sente prazer em cuidar do bebê. Ela cuida, mas mais automaticamente, sem prazer
Pode-se prevenir o Blues puerperal e a Depressão pós parto?
São muitas mudanças na vida dessa mulher e família, então ela vai precisar se reposicionar e isso pode trazer uma certa angustia e ansiedade, que não dá para evitar, mas Podemos dizer se a mulher tem uma boa rede de apoio ela vai passar por essa fase sem grandes traumas ou sequelas.
No caso da depressão pós parto é diferente. Estamos falando de uma questão clinica. E assim deve ser cuidada. Pode-se prevenir, diagnosticando esses quadros na gestação, ficando atento ao histórico de dificuldades psiquiatrias na história da mãe e aos sinais que ela apresenta.
Ficar atento aos outros fatores de risco: histórico anterior de alguma doença psiquiátrica, uma gestação complicada, um parto difícil ou muito diferente do planejado, problemas de saúde do bebê, ou da mãe/morte na família durante a gestação ou no pós parto/ problemas na amamentação.
Depressão pós parto tem tratamento ?
O mais importante: Depressão pós parto tem tratamento, pode ser com terapia no caso de uma depressão mais leve ou com medicamentos. As famílias devem ser informadas da segurança dos medicamentos e da compatibilidade com a amamentação.
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Criado por:
Honorina de Almeida - Dr Nina
Pediatra, Doutora em Desenvolvimento Infantil
Especialista em Aleitamento Materno/IBCLC
Sócia Fundadora da Casa Curumim e Fundadora do Instituto Ery